As eleições de ontem na Espanha representaram um crescimento dos dois partidos tradicionais do país: o PSOE, Partido Socialista Operário Espanhol, de centro-esquerda, e o PP, Partido Popular, de centro-direita. Ambos aumentaram sua representação no Parlamento, sendo que os socialistas continuam com o governo, sob a liderança de José Luiz Zapatero. A maior derrota ficou com a ecológica e comunista Esquerda Unida, que passou sua representação de cinco para três deputados.
Ficou bem evidente, portanto, qual a tendência dos espanhóis. Que votaram preocupados com questões específicas: imigração – o tema que está gerando uma crise com o Brasil – segurança e economia. Sendo que esta envolve a inflação em alta, a construção civil em baixa e o crescente desemprego. A construção civil alicerçou o crescimento da Espanha que, nas últimas duas décadas, foi o mais alto da Europa. O poder aquisitivo do espanhol chegou a superar o dos italianos. Especialistas indicam que hoje não há colocação para mais do que 10% dos imóveis que estão em oferta. Ou seja, secou a fonte maior do crescimento.
Considerando-se que 10% dos 50 milhões que vivem na Espanha são imigrantes, a conclusão é de que a decorrência dessa situação será um aperto ainda maior com a imigração.