A semana começou tensa para o presidente Donald Trump. Na segunda feira, seu chefe de campanha Paul Manafort e o assessor Rick Gates foram presos, sob acusação de lavagem de dinheiro e atuação em favor do governo deposto da Ucrânia de Viktor Yanucovich, que era favorável à Rússia. Primeiro passo para se chegar até a, cada vez mais evidente, interferência de agentes russos em favor de Trump na eleição americana. Estas evidências se tornaram maiores com os depoimentos dos representantes do Facebook, Google e Twitter, que admitiram terem vendido espaço para fake news a agentes russos. E, segundo as revelações, estas noticias foram lidas por 126 milhões de norte-americanos, o que equivale a 92% do universo estimado de 137 milhões de eleitores que votaram em 2016. E a propósito desta venda de espaço pelas plataformas, foi significativa a manifestação do senador democrata Al Franken ao cobrar dos representantes das empresas. Disse ele: “anúncios sobre a política americana pagos com rublos. Será que não dava para desconfiar?” O fato é que as empresas estavam mais preocupadas era com oseu faturamento.
Na terça-feira deu-se o atentado em Nova York, cometido pelo imigrante do Uzbequistão, Sayfulo Saipov, que deixou pelo menos oito mortos e 11 feridos. Este nefasto acontecimento veio beneficiar Trump, porque tirou das manchetes o assunto Rússia. Isto num momento em que as investigações avançam e podem atingir a família de Trump, sobretudo o genro Jared Kushner. E o fato possibilitou a Trump reforçar a sua posição quanto à limitação de entrada de estrangeiros nos Estados Unidos. E, em especial, os adeptos do islamismo. E Trump teve até motivos para pedir a pena de morte para o autor do atentado, tendo em vista que o mesmo disse ter planejando o ato há cerca de um ano, sob inspiração do Estado Islâmico, e que tentou provocar o máximo de vítimas e que estava satisfeito com o que tinha feito. Assim é que, neste momento, nada é melhor para Trump do que diversificar o noticiário em seu país. Tanto que resolveu fazer um longa viagem à Ásia, de 3 a 14 de novembro, onde irá reforçar os laços econômicos e militares com Japão e Coreia do Norte, negociar com a China e, evidentemente, procurar aumentar as pressões sobre a Coreia do Norte. Outro bom assunto para desviar a atenção das questões internas.