Nesta semana o presidente dos EUA Donald Trump viu-se pressionado, interna e externamente, em função da medida tomada em relação às pessoas que cruzam ilegalmente a fronteira para o território americano. A primeira ministra alemã Angela Merkel foi alvo de forte acusação no parlamento por sua política de acolhida aos refugiados. E até no Brasil o governo recebeu críticas por estar dando um tratamento especial aos refugiados venezuelanos, enquanto um contingente enorme de cidadãos brasileiros passa dificuldades. A lista podia ir muito mais longe, tamanho é o número de países que estão enfrentando dificuldades em função das pessoas que estão migrando de um lugar para outro.
Segundo dados da ONU, o número de refugiados no mundo passou de 33,9 milhões em 1997 para 65,9 milhões em 2017. E, no início deste mês este número já bateu nos 68,5 milhões. A Europa foi inundada no ano passado por mais de um milhão de imigrantes, a maioria fugindo das guerras na Síria, Afeganistão e Iêmen. Nos Estados Unidos o número de latinos que tentam cruzar a fronteira havia diminuído no início do governo Trump, mas voltou a aumentar. Em maio, cerca de 40 mil estrangeiros foram detidos pela Patrulha da Fronteira na divisa com o México. E até no Brasil o número de estrangeiros buscando refúgio mais que dobrou em um ano. O número chegou em 148.645 em 2017, com uma alta de 118% com relação ao ano anterior. Número insignificante se considerarmos a Turquia, que já recebeu um contingente de 3,5 milhões de sírios.
Já deu para perceber que uma das principais causas das migrações são as guerras. Há países no Oriente Médio que estão há mais de uma década em guerra civil. Estas causadas na maior parte das vezes por questões étnicas ou religiosas. Quando não, as duas. Outro efeito causador é o narcotráfico. No México, por exemplo, este problema é terrível, especialmente nas áreas fronteiriças com os EUA. Tem também os problemas da falta de alimentos e da seca, que atingem basicamente os países da África. E pode-se acrescentar ainda os desmandos de governantes, como é o caso da Venezuela. E se para nós brasileiros já está sendo difícil dar amparo aos cerca de 50 mil venezuelanos que chegaram por aqui, imagine-se o problema da Colômbia, que já recebeu mais de um milhão de venezuelanos. Tudo isto faz a migração se tornar no grande problema que a humanidade enfrenta neste início de século.