O presidente dos Estados Unidos Donald Trump está tendo uma agenda movimentadíssima nos últimos dias e plena de confrontações. Primeiro, bateu com seus parceiros do seleto grupo de países mais ricos do mundo. Saiu do encontro realizado no Canadá sem assinar a declaração final, o que fez o presidente francês Emmanuel Macron chamar o G7 de G7-1. Nesta quarta-feira, bateu de frente com seus parceiros da Otan, reclamando das contribuições para a organização e chamou a Alemanha de “prisioneira da Rússia”. Disse que gasta dinheiro comprando gás russo, enquanto deveria gastar esse dinheiro para se proteger da Rússia. Ocorre que a Alemanha, assim como outros países europeus que fecharam suas usinas nucleares ou a carvão, depende do combustível russo. E os gastos para se proteger já são feitos através da Otan, onde cada país membro contribui com 2% do seu PIB.
Em meio a essas andanças, Trump estabeleceu taxações à entrada de produtos chineses no mercado norte-americano, em percentuais que variam de 10% a 25%, mas somam algo em torno de 200 bilhões de dólares. Estabeleceu uma guerra comercial que teve o retorno da China, não só com taxações a produtos dos EUA, mas também com retaliações burocráticas, manobras cambiais e atração de empresas norte-americanas. E a ação chinesa logo surtiu efeito: a Tesla, produtora de carros elétricos, anunciou que está se estabelecendo em Xangai, onde irá investir não apenas em uma nova fábrica, mas também em pesquisa e desenvolvimento. Ou seja, tudo que Trump queria bloquear aos chineses.
Nesta sexta-feira, Trump esteve em Londres, onde viu desfilar a sua versão de Pixuleco. Um boneco inflável, o reproduzindo como um bebê de fralda, na cor laranja e com o marcante topete. Tamanha a animosidade contra ele que o encontro com a primeira-ministra Teresa May e com a rainha Elizabeth foi realizado no castelo de Windsor, na periferia da capital.
Mas, o ponto alto será o seu encontro com o presidente russo Vladimir Putin, nesta segunda-feira, na Finlândia. Há uma bronca com a Rússia desde que a mesma tomou a Crimeia da Ucrânia. E há também a interferência russa na eleição norte-americana. Esta, porém, ajudou decisivamente Trump a derrotar Hilary Clinton. Assim é que Trump vai é se encontrar, não com o principal inimigo, mas, com o seu amigo e aliado Putin, a quem tem elogiado por “sua determinação”.