Durante muito tempo o Afeganistão ocupou as manchetes da imprensa pelo envolvimento dos Estados Unidos, iniciado em 2001, logo após os atentados de 11 de setembro. Transcorridos 17 anos, a guerra entrou quase no esquecimento, pois, até mesmo os ataques terroristas, como o registrado ao final do ano, em que um homem-bomba matou 68 pessoas, não ganharam destaque.
Vale lembrar que o ataque ao Afeganistão se deu porque o regime então vigente no país, sob a liderança do nefasto Talibã, dava guarida para Bin Laden, autor intelectual dos ataques às torres gêmeas e ao Pentágono, assim como para os seus asseclas da Al Qaeda. Sob autorização da ONU, os Estados Unidos lideraram uma força internacional que atacou o país e derrubou o Talibã do poder. Porém, sem ter eliminado de todo a organização, nem tampouco a Al Qaeda, cujos integrantes se refugiaram nas montanhas do interior do país. E também sem capturar Bin Laden, o então presidente George Bush resolveu deixar de lado o Afeganistão e partir para o ataque ao Iraque. Ato que não teve o apoio da ONU, pois foi realizado em cima de uma mentira, as tais armas de destruição em massa de Saddam Hussein, que nunca existiram. Inspetores da ONU estavam no país para fazer a verificação e tiveram que sair depressa quando Bush decidiu atacar, atendendo interesses de seus apoiadores, as indústrias, bélica, do petróleo e da construção.
A guerra no Afeganistão seguiu arrastando-se, tendo resultado em gastos militares para os EUA da ordem de um trilhão de dólares, tendo morrido 147 mil pessoas, sendo mais de um mil soldados americanos. O intuito de estabilizar o país fracassou. O Talibã se reorganizou e passou a atacar o governo central em Cabul, entre outras ações. No início desde mês, o presidente Donald Trump anunciou que iria retirar os 14 mil soldados do país em um período de 18 meses, em troca da débil promessa do Talibã de combater as redes terroristas e de iniciar um diálogo com o governo central. No Afeganistão do Talibã a mulher era subjugada. Não podia trabalhar, mesmo que ficasse viúva e não tivesse como sustentar os filhos. Sob acusação de adultério era apedrejada em praça pública até a morte. Além de andar sempre coberta dos pés à cabeça com sua burca. Tudo isto está na iminência de voltar, pois é difícil acreditar na promessa feita à Trump.