O presidente norte-americano Donald Trump teve mais um encontro com seu colega norte-coreano Kim Jong-un em busca do objetivo da desnuclearização da península coreana. O que não foi conseguido. Trump queria o fim total do programa nuclear norte-coreano enquanto que Kim queria o fim total das sanções econômicas. Não houve uma preparação prévia para um acordo que fosse cumprido por etapas. Isto significa que a Coreia do Norte segue sendo uma ameaça para a região. Embora já não seja mais vista como uma integrante do “eixo do mal”, conforme designava George W. Bush. Trump considera Kim “seu amigo” e diz não ver um perigo imediato vindo da Coreia do Norte, apesar de não chegarem a um acordo em Hanoi.
Fica, portanto, subentendido que o temor que havia tempos atrás com relação às armas nucleares de Pyongyang amenizou. Porém, se por um lado tivemos este pequeno e relativo alívio, por outro, tivemos um aumento da preocupação nuclear na Ásia com o confronto que intensificou-se esta semana entre a Índia e o Paquistão, dois países detentores da bomba atômica. O foco da divergência é a província da Kashemira, disputada entre os dois países, desde que se independizaram da Índia Britânica em 1947. Embora já tenham tido outros conflitos, nesta semana tiveram o primeiro combate aérea, com o Paquistão derrubando dois caças indianos e aprisionado um dos pilotos, enquanto que a Índia derrubou um caça paquistanês.
Em 1999, os dois países guerrearam por dois meses, constando que na ocasião os protocolos para uso de armas nucleares foram ativados, com as ogivas sendo deslocadas para a área dos mísseis de médio alcance. Por pressão dos EUA o conflito terminou. Mas não acabou a rivalidade entre hindus da Índia e muçulmanos do Paquistão, responsável pela divisão da Índia Britânica em três países. O terceiro é Bangladesh. Rivalidade religiosa sabe-se bem no que pode dar. O Paquistão tem a metade do poderio militar da Índia, No caso de uma derrota nos meios convencionais, não seria de duvidar sobre o apelo à arma nuclear. Ou seja, o perigo nuclear persiste.