A China está comemorando hoje os 60 anos da implantação do comunismo no país. Ou seja, da tomada do país por Mao Tsé-tung e seus correligionários, em 1º de outubro de 1949, depois da chamada “Grande Marcha”. Ação que obrigou o então governante Chiang Kai-chek a refugiar-se em Taiwan, o que explica o fato de aquela ilha ter até hoje um regime que se diferencia do chinês e de não quer a ligação com a China continental. O aniversário é comemorado, como é tradição, com desfile pela praça Tian An Men de tanques, mísseis de longo alcance, batalhões de soldados, aviões de combate, alguns pilotados por mulheres, etc.
Nos discursos, os elogios ao país. “O prestígio internacional da China aumentou de uma forma sem precedentes. Sentimo-nos extremamente orgulhosos pela força crescente e prosperidade de nossa pátria”, discursou o premiê Wen Jiabao no dia anterior à parada militar. Da pobreza desesperada para terceira maior economia do mundo, de não ter o suficiente para comer e vestir, à prosperidade geral […] a China nunca esteve tão forte”, disse um editorial do jornal oficial Diário do Povo.
A China segue sendo um país de contrastes. A começar pelo fato de ter um regime político comunista e praticar um sistema econômico capitalista. Tanto que alguns empresários chineses já aparecem na lista das maiores fortunas do mundo. Por todo o mundo se vê os produtos “made in China”. A mudança começou na década de 1970 com Deng Xiao-ping, que promoveu uma mudança de rumo em direção ao capitalismo, após a fracassada “Revolução Cultural”, de Mao Tsé-tung. E, diante disto tudo, a pergunta que se faz é se este sucesso do país se deve ao comunismo ou ao capitalismo? A resposta parece ser a habilidade dos chineses em mesclar os dois sistemas.