O mundo se comoveu esta semana diante da foto de um migrante salvadorenho de 25 anos com sua filha de 2 anos dentro de sua camisa, mortos ao tentar atravessar o rio que separa México e Estados Unidos. O impacto foi semelhante ao causado pela foto do menino sírio de 5 anos morto em uma praia do Mediterrâneo em 2015. E esse impacto tocou o governo Trump e chegou logo ao Congresso americano que resolver liberar uma verba para ser aplicada nas questões fronteiriças. Porém, mais do que o uso do dinheiro, é preciso haver uma mudança na política aplicada pelo governo Trump, a qual mereceu crítica até em editorial do New York Times. E segundo a Human Rights Watch é preciso encontrar um modo de acabar com a terrível separação de crianças de seus país quando entram ilegalmente em território americano e com as péssimas condições com que são mantidas essas crianças.
A política migratória faz parte das ações com base em tratamento de choque com que Trump trata de sua política externa. E isto vale não só para a questão migratória, para a qual mantém sua determinação de construir um muro na fronteira com o México, mas também para outras questões, como as que envolvem a China e o Irã. Aliás, sobre estas questões Trump está sendo cobrado na reunião do G-20 no Japão. Os cinco países que com os EUA assinaram acordo com o Irã – Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha – para controlar o programa nuclear iraniano, têm manifestado seu descontentamento pelo fato de Trump ter rompido o acordo e ter imposto novas e mais pesadas sanções econômicas a Teerã. A preocupação dos países signatários é de que o Irã rompa o acordo com os demais e avance na produção de artefatos atômicos.
Outro tratamento de choque que está sendo dado por Trump e que tem reprovação geral é quanto à guerra econômica que declarou contra a China. Isto porque a mesma está provocando uma alta geral de preços mundo afora. A esperança de mudança ficou na conversa dele com Xi Jinping. Já na conversa que Trump teve com o russo Vladimir Putin, à margem do G-20, aproveitou para descontrair, pedindo ao russo para não interferir na eleição americana, numa relação com as denúncias da interferência russa a seu favor na eleição de 2016, assunto que segue pendente. Mas aproveitou também para se vangloriar, dizendo que o povo americano o ama, porque a economia de seu país vai muito bem. Este, sem dúvida, é um fator que pode ser decisivo para sua reeleição, pois o bolso tem grande influência no voto. Mas os sentimentos das pessoas também têm. Como o da capitã da seleção de futebol feminino dos EUA, Megan Rapinoe, a qual declarou que, se a seleção for campeã, não aceitará convite para ir à Casa Branca.