Este ano chega ao fim com o mundo esperando pelo término, pelo menos, dos principais conflitos que estão ocorrendo e na torcida para que outros em potencial não venham a ocorrer. Hoje, fala-se muito nas guerras que ocorreram na Ucrânia e na Faixa de Gaza. No entanto, são mais de 50 conflitos que estão em andamento. Temos uma terrível guerra civil no Sudão do Sul, no Iêmen e Mianmar, entre outras. Neste mês de dezembro, vimos chegar ao fim uma guerra civil na Síria que se estendeu por 13 anos. Todavia, não se vê no país, com a ascensão do grupo vencedor, a necessária estabilidade para o país seguir seu curso.
O pior é o perigo que paira para que em 2025 venhamos ter outros dois episódios catastróficos. Falo do conflito Ucrânia-Rússia que tem vivido a ameaça de se estender para uma conflagração mundial. E do outro conflito que está por estourar envolvendo a China e Taiwan.
GAZA
Um acordo de cessar fogo está por ser assinado a qualquer momento entre Israel e o Hamas, dando uma trégua ao conflito iniciado a 7 de outubro de 2023 na Faixa de Gaza, logo depois dos ataques terroristas do Hamas em solo israelense. Isto acontecendo, mesmo que inclua a libertação dos reféns em poder do Hamas, não vai colocar um fim ao confronto. Teremos apenas uma trégua por algum tempo. Mais especificamente, até o Hamas voltar a se estruturar. Simplesmente, porque a organização, embora tenha sido fortemente abatida, com as suas lideranças sendo mortas, mantém um ideal que é exterminar o Estado de Israel. O pior ideal possível para a causa palestina, que é justa, mas que passa por outro caminho, defendido pela Autoridade Palestina. O dos dois estados, Israel e Palestina, convivendo com fronteiras definidas e seguras.
IRÃ
Enquanto não for resolvida esta questão o Irã seguirá apoiando e incentivando os grupos terroristas que lutam contra Israel. Onde se inclui o Hezbollah, que também foi abatido, mas, não exterminado. E uma confrontação entre o Irã e Israel também segue latente. Talvez uma possibilidade um pouco menor no momento, pelo fato da mudança de poder na Síria, onde foi apeado do poder o grande aliado iraniano Bashar Al-Assad.
Aliás, o futuro da Síria pode ser decisivo para aliviar as tensões na região ou para aprofundar os conflitos. A expectativa é de que o grupo que tomou o poder, sob a liderança de Ahmed Al-Sharaa, consiga impor-se sobre os resquícios de resistência no país a favor de Assad e a uma, ainda que débil, presença do Estado Islâmico. Mas, fundamentalmente, consiga tornar real a moderação que Al-Sharaa está tentando transmitir.
TAIWAN
A China sempre considerou Taiwan uma província rebelde e nunca escondeu sua intenção de tomá-la, mesmo que seja à força. Nesse sentido, tem realizado diversos exercícios simulando a invasão do território. O mais recente, há cerca de um mês, teve um cerco naval à ilha e invasão do espaço aéreo por parte de aviões caças de Pequim.
Nesta quinta-feira, 26, Taiwan realizou pela primeira vez um exercício de simulação de uma escalada militar com a China. Segundo os informes das agências de notícias, dezenas de agências governamentais centrais e locais, bem como grupos civis, participaram do exercício que teve duração de três horas.
Assim, torna-se cada vez mais evidente que haverá uma ação de força da China contra Taiwan, tendo em vista que a ilha não aceita a proposta de unificação pacífica, por saber que o regime de liberdades que alia existe será engolido pela ditadura chinesa. A indagação que fica é, em ocorrer a invasão, qual será papel dos Estados Unidos, que têm um acordo de defesa com Taiwan. Irá enfrentar militarmente a China? Não acredito. Deverá limitar-se ao envio de armas.
UCRÂNIA
A outra questão é sobre o futuro da guerra na Ucrânia. A qual, pelo seu incremento e envolvimento cada vez maior da OTAN no fornecimento de armas e recursos, tende a escorregar para uma conflagração mundial. O próprio presidente Vladimir Putin já acenou com esta possibilidade, depois que os EUA autorizaram Kiev a usar seus mísseis de longo alcance contra o território russo.
A grande indagação que fica é sobre o rumo que tomará esta guerra depois da posse de Donald Trump na presidência dos EUA, a 20 de janeiro. Especialmente, depois de seu pronunciamento de que acabará com a guerra tão pronto assuma o poder. Só se espera que, se isto ocorrer, resulte em um acordo que dê proteção à Ucrânia. E não na capitulação frente aos ideais expansionistas de Putin.