O presidente norte-americano Donald Trump segue pródigo em envolver-se em situações controvertidas. Nesta semana, por exemplo, vazou a consulta que fizera a assessores sobre a possibilidade de os Estados Unidos invadirem a Venezuela para depor o regime de Nicolás Maduro. Não se deu conta de que o tempo das invasões militares norte-americanas na região já passou. E de que o regime vigente na Venezuela vai cair de pobre, sem qualquer interferência externa.
Não tendo confronto militar, Trump iniciou uma guerra comercial com a China, impondo tarifas de 34 bilhões de dólares a produtos chineses. Isto, depois de ter imposto tarifas sobre aço e alumínio procedentes de parceiros dos EUA, como Canadá, México, União Europeia, Japão e até o Brasil. A resposta chinesa logo virá. E, em nome de proteger a indústria norte-americana, Trump vai promover, segundo especialistas, um aumento, em torno de 25%, sobre o preço dos componentes que importam empresas dos Estados Unidos, como Ford, GM, Caterpillar e John Deere, entre outros. Ou seja, coloca os produtores norte-americanos em desvantagem com relação a outros competidores.
Dias antes, Trump já havia desprezado os seus parceiros do G-7 ao não assinar a declaração final do encontro que fora realizado no Canadá. Simplesmente, porque não concordou com a defesa do multilateralismo constante da declaração final do encontro. Isto fez com que o presidente francês Emmanuel Macron chamasse o grupo de 7-1. A disputa de Trump com os tradicionais aliados europeus chegou ao ponto de a Europa estar se estruturando para criar uma força militar fora da Otan. Isto, logicamente, por não poder confiar mais no país que sempre fora o “guarda-chuva da Europa”.
Em meio a esta situação de desconsideração para com a Europa, Trump vai se encontrar com o russo Vladimir Putin, que é quem mais quer ver a Europa enfraquecida. Depois de ver o avanço da União Europeia, captando países que antes integravam a extinta União Soviética, Putin resolveu dar um basta quando se tratou da Ucrânia. Retomou a Crimeia e apoiou os separatistas do leste ucraniano. Isto tornou Putin admirado por Trump que o vê como um líder com força e determinação. Claro que nessa admiração vem o agradecimento pela ajuda que a Rússia deu na eleição americana, publicando matérias desabonadoras a Hillari Clynton. E para fechar os malabarismos de Trump, nesta semana ele manifestou sua simpatia para com o esquerdista Lopes Obrador que foi eleito presidente do México.