Quem poderia imaginar que dois dos maiores milionários dos Estados Unidos, que uniram esforços e fortunas para chegar à Casa Branca, fossem proporcionar, tão rapidamente, um rompimento seguido de acusações e bate boca.
O importante é que este bate boca vem acompanhado de graves acusações contra o presidente Donald Trump feitas por parte de seu, até há pouco, assessor de Modernidade, Elon Musk. Um assessor que não conseguiu implantar nem 10% do que pretendia. Mas que, com suas acusações, pode demandar até o impeachment de Trump, conforme ele mesmo admitiu.
ACUSAÇÕES
Uma das acusações é contra o sistema tributário que Trump pretende implantar e que, segundo Musk, pode elevar a dívida dos EUA em 2,4 trilhões de dólares. Porém, mais grave foi a insinuação de que Trump estaria na lista de Epstein. Uma referência ao bilionário Jeffrey Epstein, que se suicidou na cadeia em 2019, depois de ser condenado por tráfico sexual de adolescentes.
Segundo as investigações, o empresário abusou de dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000. Ele foi preso pelos crimes em 2019, mas tirou a própria vida dentro da prisão um mês após ser detido. Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008.
NOMES
Ao fazer sua acusação, Musk disse: “guardem este vídeo, isto virá à tona”. E salientou que a lista dos participantes das orgias comandadas por Epstein só não veio à tona porque Trump está nela. De fato, os arquivos revelaram uma lista de evidências que foram apreendidas durante a investigação, além de registros de voos que indicam nomes de pessoas que voaram em aeronaves particulares do bilionário.
Seguramente, que foi com base nisso que, ao ser indagado se Trump poderia ser passível de impeachment, Musk respondeu que sim. A lista nunca apareceu.
PROJETO
Quanto ao projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump, aprovado pela Câmara, adicionaria 2,42 trilhões de dólares aos déficits orçamentários dos EUA na próxima década, segundo uma nova estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), órgão não partidário.
O cálculo do CBO, divulgado nesta quarta-feira, 4, em sua chamada avaliação do “One Big Beautiful Bill” (Um Grande e Belo Projeto), reflete uma redução de 3,67 trilhões de dólares nas receitas esperadas e uma queda de 1,25 trilhão de dólares nos gastos ao longo da década até 2034, em relação às projeções básicas.
CRÍTICAS
Elon Musk, que disse que sem ele Trump não se elegeria, criticou o pacote na terça-feira, 3, chamando-o de “um projeto de lei massivo, ultrajante e cheio de gastos desnecessários do Congresso, uma abominação repugnante.”
Os republicanos da Câmara aprovaram o projeto por uma margem estreita no mês passado, e agora ele enfrenta oposição no Senado, onde vários legisladores expressaram demandas variadas por mudanças. Trump deve se reunir com os republicanos do Comitê de Finanças do Senado na próxima quarta-feira para discutir o projeto.
FORÇA
Ninguém, no momento, tem tanta força dentro dos Estados Unidos para enfrentar Trump do que Elon Musk. Afinal, este cidadão nascido na África do Sul, chega aos seus 53 anos como o homem mais rico do mundo. O que não é por acaso. Ele, simplesmente, foi precursor do carro elétrico com o seu Tesla, impulsionou a internet por satélite com a Starlink, comprou o Thuitter e impulsionou o sistema através do X. E criou o que pode ser chamado de a maior empresa espacial particular do mundo, a Space X.
Hoje, a poderosa agência espacial norte americana Nasa é dependente dos serviços da Space X, que, além de se tornar a mais confiável nas operações de ligação com as estações espaciais, conseguiu fazer o que popularmente se chama de o foguete dar a ré. Ou seja, o foguete vai ao espaço, dispara a cápsula e volta para a base, acoplando tranquilamente.
PODER
É difícil encontrar hoje um empresário com mais poder do que Musk. Daí a importância de tudo que ele está denunciando. E daí o perigo que ele representa para Trump. “Acho que não vou falar com ele por um tempo, mas desejo tudo de bom”, disse Trump à CNN em rápido telefonema. “Nem estou pensando no Elon. Ele tem um problema. O coitado tem um problema”, completou o presidente.
Estilo dissimulado de Trump. Depois desta informação veio outra cogitando um diálogo deles nesta sexta-feira. O fato é que, para Trump ter pela frente este poderoso inimigo é um risco muito grande. Daí não se duvidar de que mude de posição e busque o diálogo, em mais uma ação no sentido de manter sem divulgação a temível lista de Epstein.