Esta quinta-feira, 8, é dia de o mundo celebrar a liberdade, ou seja, a vitória dos aliados contra a Alemanha nazista, ocorrida 80 anos atrás. A Rússia que, como União Soviética teve um papel crucial nessa vitória, por uma questão de fuso horário comemora no dia 9. E é sempre importante ressaltar que aquela derrota significou também o fim de um dos episódios mais nefastos da História da humanidade: o Holocausto.
Daí as celebrações que já começaram nesta segunda-feira, 5, no Reino Unido, com o desfile pilotado pelo rei Charles III. Aqui, outro país que teve papel preponderante e com a participação de um dos maiores líderes do século 20, sir Winston Churchill.
HISTÓRICO
Para rememorar os momentos cruciais que levaram ao fim da guerra, valho-me de texto da BBC, emissora que teve um papel preponderante na divulgação de tudo o que acontecia no front de batalha.
Eis o relato: “No dia 6 de junho de 1944, tropas do Reino Unido, dos Estados Unidos e do Canadá invadiram o litoral da Normandia, no norte da França. O desembarque foi a primeira etapa da Operação Overlord — a invasão da Europa ocupada pelos nazistas. Seu objetivo era pôr fim à guerra. Cerca de 156 mil soldados aliados haviam chegado naquela noite à Normandia, apesar do mau tempo e da brutal defesa alemã. Ao final das ações iniciadas no chamado Dia D – os aliados conseguiram firmar sua posição na França, dando início à derrota final da Alemanha nazista. A guerra terminaria 11 meses depois.
ILUSÃO
“Os aliados se empenharam muito para fazer os alemães acreditarem que a invasão começaria em outra localidade no norte da França — Calais — e não na Normandia. Para isso, eles simularam uma presença de tropas de infantaria baseadas no Condado inglês de Kent, situado no extremo sudeste do Reino Unido, bem em frente a Calais. Era a chamada Operação Fortaleza. Para enganar os alemães, foram construídos equipamentos falsos, como tanques infláveis e bonecos com paraquedas.
Os aliados também utilizaram agentes duplos e lançaram informações erradas de forma controlada. Tudo isso levou os alemães a acreditar que os aliados invadiriam a Europa através de Calais e da Noruega. Os nazistas morderam a isca — tanto que, mesmo depois do Dia D, eles mantiveram muitas das suas melhores tropas na região de Calais, à espera de uma segunda onda de invasão.
Em 1944, mais de dois milhões de soldados de mais de 12 países estavam no Reino Unido, preparando-se para a invasão. No Dia D, as forças aliadas eram formadas principalmente por tropas americanas, britânicas e canadenses. Mas elas contavam com o apoio por terra, mar e ar de forças de Austrália, Bélgica, Checoslováquia (hoje, dividida em Eslováquia e República Checa), França, Grécia, Holanda, Noruega, Nova Zelândia, Polônia e Rodésia (atual Zimbábue). A data escolhida foi 5 de junho, mas o desembarque acabou atrasando em 24 horas devido ao mau tempo.
DORMINDO
Quando as forças do Dia D atingiram terra firme, o líder nazista Adolf Hitler (1889-1945) estava dormindo. Nenhum dos seus generais se atreveu a ordenar o envio de tropas de reforço sem a sua permissão — e ninguém se atreveu a acordá-lo. Com isso, os alemães perderam horas cruciais para defender suas posições na Normandia. Quando Hitler finalmente acordou, perto das 10 horas da manhã, ele pensou que a Alemanha derrotaria os aliados com facilidade.
Cinco praias foram escolhidas para a operação, com nomes em código. De leste para oeste, foram elas: Sword, Juno, Gold, Omaha e Utah. E o número de baixas entre as tropas variou enormemente entre cada uma das praias. Na “Omaha sangrenta”, cerca de 4 mil homens foram mortos ou feridos. Uma unidade americana que chegou na primeira onda de soldados perdeu 90% dos seus homens. Já na praia Gold, o índice de mortos foi muito mais baixo”, conclui o texto da BBC.
HOLOCAUSTO
Fundamental lembrar que o fim da guerra representou também o fim do Holocausto e sua revelação para o mundo. Apesar de alguns campos de extermínio já terem sido libertados anteriormente, a entrada das tropas soviéticas em Auschwitz é o ponto culminante desta libertação.
Enfim, Segunda Guerra e Holocausto são episódios que precisam ser destacados para que não se repitam. Especialmente, por estarmos vendo ressurgir indícios de novo confronto mundial, assim como de antissemitismo.