O presidente Joe Biden, que elegeu a preservação do meio ambiente como um dos motes de seu governo, tem, neste um mês de mandato, acenado várias vezes para a cooperação com o Brasil nesse sentido. Foi assim numa primeira manifestação, através da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em 8 de fevereiro, quando anunciou que Washington realizaria uma cúpula sobre o clima a 22 de abril e contaria com o Brasil como parceiro. Esta parceria foi referendada no dia 11, em contato telefônico do secretário de Estado Antony Blinken com chanceler Ernesto Araújo. E nesta quinta-feira houve mais um importante contado por vídeo conferência, desta vez entre o encarregado para os assuntos de clima do governo Biden, John Kerry, e os ministros Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Em nota, referente a este último encontro, o Itamaraty disse que “os três abordaram possibilidades de cooperação e diálogo entre os dois países nas áreas de mudança climática e combate ao desmatamento”. E teria sido acordado “aprofundar o diálogo bilateral nas áreas mencionadas, com processo estruturado em encontros frequentes, em busca de soluções sustentáveis e duradouras aos desafios climáticos comuns”.
No que toca ao Brasil, o desafio se chama Amazônia. Vista com extrema preocupação lá fora desde que Bolsonaro assumiu. Acontece que a posse coincidiu com incêndios e o nosso presidente, ao invés de mostrar o que se estava fazendo para combatê-los, resolveu bater de frente com os críticos. Biden, em campanha eleitoral, aproveitou para criticar a forma como o Brasil conduzia a questão. Mas, era campanha eleitoral. E campanha é uma coisa exercício de governo é outra. Mesmo com as manifestações de Bolsonaro a favor de Trump, Biden demonstra não ter levado isto em consideração.
Cabe agora aproveitar esta boa vontade do governo Biden e buscar uma cooperação para preservação da Amazônia. Afinal, Biden anunciou uma pacote de medidas para o clima da ordem de 2 trilhões de dólares. E a Amazônia está incluída. Mas cabe fundamentalmente ao governo brasileiro mostrar, não só aos EUA, mas, ao mundo o que está fazendo para preservar nossa floresta.