Em meio à guerra econômica que os Estados Unidos vêm travando com a China, armou-se também o cenário para uma guerra convencional contra o Irã. O cenário para isto vinha sendo montado ao longo dos últimos meses e ganhou força nesta semana. Tudo começou no final do ano passado quando o presidente Donald Trump decidiu romper o acordo em torno do programa nuclear iraniano. Logo em seguida, decidiu impor novas sanções econômicas a Teerã. E, em abril, anunciou sanções também a países compradores de petróleo do Irã. O objetivo era claro, zerar as exportações de petróleo iranianas e assim pressionar a economia do país.
Nesta segunda-feira, a Arábia Saudita, principal aliado norte-americano do Golfo Pérsico, anunciou que teve dois navios petroleiros alvos de ataque de sabotagem na costa dos Emirados Árabes Unidos. Os Emirados por sua vez já haviam denunciado que quatro de seus navios foram atacados no Estreito de Hormuz. Um canal que o Irã ameaçou fechar em caso de ser atacado pelos EUA. Um oficial norte-americano citado pela agência Reuters afirmou que era provável que o Irã fosse o responsável pelos ataques, mas que os EUA não tinham como comprovar. Vale lembrar ainda que na guerra civil que está sendo travada no Iêmen, Arábia Saudita e Irã estão apoiando militarmente grupos que estão em lados opostos. O cenário de guerra pareceu completar-se nesta terça-feira, quando foi anunciada a retirada de todo o pessoal não essencial da embaixada dos Estados Unidos no Iraque. Decisão tomada pelo secretário de Estado Mike Pompeo e pelo assessor de Segurança da Casa Branca, John Bolton, os chamados falcões do governo Trump.
No entanto, surpreendentemente, nesta sexta-feira, os principais jornais norte-americanos, como Washington Post, New York Times e Wall Street Journal, apareceram com a mesma manchete: “Trump desautoriza guerra de Bolton no Irã”. O presidente revelou que sua preocupação é retirar os soldados norte-americanos das zonas de guerra e não mandar mais para lá. O que não deixa de ser um alívio.
Já quanto à guerra econômica, esta segue em frente e causando reflexos em todo o mundo. Vide o Brasil, bolsas caindo e dólar subindo. Nos EUA a mais recente queixa é do Vale do Silício que foi proibido de exportar componentes para a chinesa Huawey. Nesta disputa Trump parece estar esquecendo um “pequeno detalhe”. A China é detentora de 1,17 trilhão de dólares da dívida pública norte-americana. Imaginem se resolve cobrar tudo de uma só vez!