Donald Trump irá continuar à frente da Casa Branca por mais quatro anos ou será substituído pelo democrata Joe Biden. Esta é a decisão que os norte-americanos terão que tomar até terça-feira, quando se encerra uma das eleições mais concorridas dos últimos tempos. É esperada a participação de 150 milhões de eleitores, o que significará uma das maiores presenças dos últimos tempos. Mais da metade já votou antecipadamente, demonstrando o interesse do eleitor neste pleito, tendo em vista que o voto não é obrigatório nos Estados Unidos.
Há 24 anos, um candidato não chegava à votação com uma vantagem tão significativa como a que tem Joe Biden. O que não quer dizer muita coisa, visto que o que conta nos EUA não é o voto popular, mas, o voto do delegado ao Colégio Eleitoral. Só para se ter uma ideia de como este sistema faz diferença, tomamos o exemplo de um estado que tenha 40 delegados ao Colégio Eleitoral. Ali, um candidato faz 51% dos votos e o outro 49%. A princípio, uma eleição tremendamente parelha, cuja pequena diferença terá pouco impacto no resultado final. Errado. O vencedor leva os 40 votos e o perdedor nada, o que impacta em muito no resultado final.
Na eleição de 2016, Hillary Clinton chegou ao dia da eleição com uma vantagem de 6,5 pontos percentuais sobre Trump. Conquistou três milhões de votos a mais do que o republicano. No entanto, este ganhou por ter conquistado um número maior de delegados. Em 1996, Bill Clinton chegou à eleição com uma vantagem de 14,7 pontos sobre o republicano Bob Dole. O resultado final foi uma vitória do democrata, mas, por 8,5 pontos. Agora, segundo o site especializado FiveThirtyEight, Biden tem 9,1 pontos de vantagem sobre Donald Trump. Considerando os precedentes, tudo pode acontecer.
Nos EUA, há estados que já tem sua votação definida antecipadamente. Califórnia e Nova York, por exemplo, votam sempre com democratas. Texas e Georgia, estão sempre com republicanos. Assim, o que se torna decisivo nas eleições norte-americanas são os chamados swing states, ou estados pêndulos, que ora oscilam para republicanos, ora para democratas. Nesta lista estão Florida, Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Não é sem razão que os candidatos concentraram suas campanhas nas últimas semanas nesses estados. O principal desses estados é a Pensilvânia, que tem 33,7% de chances de definir quem é o vencedor. As pesquisas nesses estados estão apontando um leve favoritismo de Biden. Porém, como a história eleitoral dos EUA tem comprovado, não dá para se fazer qualquer aposta.