Escrevo do Equador, onde cheguei no início da noite desta quarta-feira. Este curto espaço de tempo já foi suficiente para perceber uma diferença enorme entre dois países vizinhos latino-americanos. Diferenças que se refletem no apoio que a população dá aos seus presidentes. Na Colômbia, conforme já ressaltei em comentários anteriores, Álvaro Uribe é quase uma unanimidade. Segundo uma pesquisa ontem divulgada pelo jornal El Tiempo, sua aprovação até caiu. Não atinge os 89% que teve em julho, em decorrência da operação de resgate de Ingrid Betancourt e outros reféns. Mas atinge significativos 83%. Ainda acima do que tinha em junho, 80%. Apenas 9% desaprovam a administração de Uribe. A mesma pesquisa indica que as Farc têm 94% de desaprovação. Apenas 3% aprovam a organização narco-guerrilheira.
Já ao chegar ao Equador me deparo com uma situação bem diferente. Há uma divisão no país que é governado por Rafael Correa, que é um aliado de Hugo Chávez e que quer implantar no país uma constituição ao estilo da que Chávez aprovou na Venezuela e que lhe dá amplos poderes. Esta constituição equatoriana vai à votação popular no próximo dia 28. E o país está dividido. Dividido e com os ânimos acirrados.
E, como sempre, o taxista é reflexo da situação. O que me levou do aeroporto para o hotel disse que o seu país marcha para o atraso ao aliar-se com a Venezuela de Chávez e à Bolívia de Evo Morales. Que deveria seguir os exemplos do Brasil e do Chile, mas, infelizmente, segue o atraso e boa parte da população não percebe isto. Portanto, outra realidade.