Monarquias sobrevivem
Jurandir Soares
Nos últimos dias tivemos três eventos importantes envolvendo famílias reais. A ascensão do príncipe Naruhito como novo imperador do Japão, a coroação de Maha Vajiralongkorn como Rei Rama 10º da Tailândia e o nascimento em Londres do filho do príncipe Harry e da princesa Meghan. O primeiro membro inter-racial da família real britânica recebeu o nome Archie Harryson Mountbatten-Windsor, sendo que Archie é um diminutivo de Archibald e Harryson é a composição do nome do pai, Harry, e son de filho. Descendência e nome dão o toque de renovação na corte liderada por Elizabeth II. E para os britânicos, o noticiário sobre o nascimento deu uma folga no já desgastante tema do Brexit.
Nos dias de hoje, com governos democraticamente eleitos, se contesta muito a manutenção das monarquias. Porém, nesses três países trata-se de cultura secular e até milenar. São rituais que se mantém porque foram assimilados e cultuados pelas populações locais. Basta ver o número de pessoas que se concentra para ver tais cerimônias. E a figura do monarca é sempre símbolo de respeitabilidade.
Por ser a mais badalada do mundo, a monarquia britânica é também a mais questionada. Especialmente pelo que custa financeiramente para o país. Pois, de acordo com a empresa de consultoria e avaliação do mercado Brand Finance, a família real britânica é um tesouro de 80 bilhões de libras esterlinas. Há que se considerar que a rainha tem o seu patrimônio próprio, segundo a revista Forbes, avaliado em 67 bilhões de libras, constituído por propriedades e empreendimentos que dão lucro. E essa renda, que é maior que o valor destinado pelo Parlamento à monarquia, não vai para a rainha, mas para os cofres públicos.
Mas o grande faturamento vem da atração que a família real desperta para o mundo, o que resulta em um intenso movimento turístico no país e, em conseqüência, renda. Basta observar o povo que se concentra diariamente em frente ao palácio Buckingham para ver a troca da guarda, os museus e castelos que são visitados com pagamento de entrada e os souvenirs que são vendidos. Sem contar o movimento na rede hoteleira e de restaurantes. Mas há outro fato curioso e lucrativo. Toda vez que os três filho de William e Kate aparecem em público com uma roupa especial, as pessoas que acompanham identificam e saem correndo para comprar. Dizem que a pequena Charlotte, a filha do meio, vale alguns milhões de libras por isto. Diante disto, não há o que contestar da família real britânica. Muito antes pelo contrário.