Organismos como Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico estão tomando providências para tentar minimizar os estragos que o coronavirus está provocando na economia mundial. Especialmente pelo fato de que desde o ano passado a economia já vinha dando sinais de que estava perdendo o dinamismo. Assim, o FMI está incentivando programas temporários de transferência de renda, subsídios e isenções de tributos. Algo como já vem sendo feito na Itália, que decidiu adiar prazos de recolhimento de tributos em setores mais afetados pela epidemia, como as montadoras e os laboratórios. Também a China e a Coreia do Sul adotaram medidas semelhantes, porém, voltados mais para os pequenos negócios. Já Alemanha, onde a indústria caiu 5,7% no últimos trimestre, o governo vai garantir liquidez para empresas que enfrentem queda brusca de receita. E mais, o governo anunciou um plano de investimento público de 12,4 milhões de euros nos próximos quatro anos em obras rodoviárias e ferroviárias, além de fundos para construção.
A OCDE segue a mesma linha do FMI, incentivando os países a socorrer com linhas de crédito e outras medidas os setores mais afetados. Por trás disto há a preocupação de que o endividamento recorde de empresas venha a afetar o setor financeiro. Há sempre a lembrança do crash de 2008. Aliás, uma preocupação que foi exposta pela presidente do Banco Central Europeu Christine Lagarde, em uma videoconferência com os chefes de governo dos 27 países da União Européia. Então fica a dúvida: abre o crédito e aumenta o risco dos bancos? Ou evita o risco segurando o crédito e com isto não ajudando o crescimento? Por isto, Lagarde quer uma decisão do bloco. Fazendo o BCE criar linhas de crédito especiais para que os bancos possam rolar dívidas e flexibilizar ou postergar o recebimento de empréstimos. Mas, para o mega investidor Warren Buffett a situação atual não é tão complicada quanto a de 2008. Em entrevista para o Yahoo Finanças, o dono da Berkshire Hathaway, grupo que investe em outras empresas, disse que “o pânico de 2008 foi muito mais assustador”. Isto, talvez, para o setor bancário, porque para a população em geral a situação de hoje é muito mais preocupante. Em 2008 não houve o fechamento de um país, como a Itália, nem a suspensão de importantes eventos como ocorre agora.
Mas, é preciso ver o lado bom da crise provocada pelo coronavirus. Conforme lembra o professor da Universidade de Paris, Alfredo Valadão, ela acelera novas tecnologias de informação. Salienta que graças à inteligência artificial a sequência do genoma do vírus foi identificado em tempo recorde. O laboratório chinês publicou a pesquisa imediatamente para o mundo todo. Já anunciou até a vacina, mas, que levará algum tempo para ser devidamente testada. Enfim, epidemia global, resposta global.