Esta quinta-feira, 13 de setembro, assinalou os 25 anos da assinatura de um histórico acordo de paz entre israelenses e palestinos. Talvez muita gente nem saiba que isto tenha acontecido, pois, tamanho é hoje o antagonismo entre as duas partes. Esse acordo, negociado em Oslo e assinado na Casa Branca, sob a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, deu o Prêmio Nobel da Paz aos seus signatários, o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin e o líder da Organização para a Libertação da Palestina Yasser Arafat.
Pelo que foi acertado, a Autoridade Nacional Palestina, que passava a administrar a população palestina, aceitava a existência do Estado de Israel e, em troca, iria, gradativamente, constituindo o Estado da Palestina, em áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Questões mais complicadas, como o status de Jerusalém e retorno de refugiados, ficaram para serem discutidas posteriormente. Tudo começou a andar de forma harmônica, com algumas cidades palestinas estabelecendo sua autonomia administrativa, como foi acontecendo com Ramallah, Belém e outras. Passou a haver uma cooperação nas áreas de segurança, infraestrutura e economia. E o governo israelense foi retirando as colônias judaicas das áreas destinadas aos palestinos.
Parecia que séculos de inimizade haviam chegado ao fim e a paz finalmente prevalecia. Acontece que, em 1995, portanto, dois anos após a assinatura do acordo de paz, Yitzhak Rabin foi assassinado. E, surpresa, não o foi por um militante palestino, mas, por um judeu radical, contrário ao acordo, especialmente, no que tocava a desativação das colônias judaicas na Cisjordânia. Ehud Barak, que assumira o governo israelense, tentou ainda levar adiante o acordo, porém, fez uma concessão que irritou ainda mais o setor radical israelense. Aceitou que Jerusalém Oriental, ou seja, a parte antiga da cidade, se tornasse a capital palestina. Um golpe para aqueles que consideram Jerusalém a capital una de Israel.
Resultado, o acordo começou a se esvair. E atestou seu fracasso quando o linha dura Ariel Sharon assumiu o governo de Israel e os palestinos decretaram uma nova intifada, a revolta de seus militantes contra os israelenses. Hoje, com Benjamin Netanyahu no poder, os assentos judaicos em territórios palestinos, que somavam 100 mil pessoas à época do acordo, somam cerca de 600 mil ocupantes.