O presidente norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un irão protagonizar nesta terça-feira, em Cingapura, um dos encontros mais esperados dos últimos tempos. Afinal, vão se encontrar depois de terem protagonizado muito bate boca, o que levou ao temor de uma guerra nuclear na península coreana. E foi justamente por temer o pior para o seu país e, por extensão, para toda a região, que o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in saiu à campo, meses atrás, em busca de um caminho que levasse a uma diminuição na tensão e, quem sabe, a um diálogo que falasse até em reunificação das Coreias. E Moon foi bem sucedido.
Depois de realizar uma série de testes com mísseis de longo alcance, capazes de conduzir uma ogiva nuclear e de ter se vangloriado que poderia alcançar até o território dos EUA com esses equipamentos bélicos, Kim Jong-un mudou de posicionamento a partir de seu discurso na passagem do ano. Seguiu dizendo que tinha o botão nuclear, mas, que atendia o chamamento de seu irmão do sul, para quem estendia a mão. Foi a partir daí que tudo começou a mudar e abriu-se o caminho para as duas reuniões que já aconteceram entre Moon e Kim e para esta tão esperada cúpula entre Kim e Trump.
Teve um outro agente que colaborou para que isto viesse a acontecer: a China. País que exerce influência enorme sobre a Coreia do Norte e que também iria sofrer as conseqüências de uma guerra nuclear na região. Assim como também sofreria o Japão que, igualmente, ficou aliviado com o término das confrontações. Mas a China compra 90% do que a Coreia do Norte produz e vende igual número do que ela consome. E o presidente chinês Xi Jinping usou desse fator para pressionar Kim.
Agora, o que esperar? Que Kim aceite desmantelar o seu arsenal nuclear em troca do levantamento das sanções que são impostas ao seu país e do recebimento ainda de ajuda dos demais parceiros. O que se percebeu nos últimos dias é que havia uma rejeição no âmbito das forças armadas norte-coreanas à aceitação desse acordo. E o que se viu foi Kim determinando uma mudança de seus três militares mais graduados. Chefe da Defesa, comandante do Estado Maior das Forças Armadas e o responsável político pelos militares. Estaria assim eliminando possíveis entraves à sua vontade. Resta ver se será isto que será colocado à mesa de negociações. Afinal, tudo é possível se esperar desse encontro, pois envolve duas das lideranças mais controvertidas do planeta.