O líder norte-coreano Kim Jong-un segue desafiando a comunidade internacional com os seus mísseis. Isto, apesar das sanções econômicas impostas pelas Nações Unidas e pela adesão da China às mesmas. Afinal, a maior parte das exportações da Coreia do Norte se destina à China. Assim como os produtos consumidos pelos norte-coreanos são originários da potência comunista. Historicamente, a China sempre exerceu influência sobre o seu vizinho, hoje isto parece não estar acontecendo.
Diante disto fica o temor cada vez maior de um conflito na região, tendo em vista que as provocações de Kim se destinam basicamente aos Estados Unidos e a seus aliados da região, como o Japão. Kim já ameaçou até atacar a ilha de Guam, possessão norte-americana no Pacífico. Donald Trump, de sua parte, já disse que “todas as opções estão sobre a mesa”. E, sabendo-se que o destempero de Trump não difere muito do de Kim, cresce o temor do confronto.
O que ocorre, no entanto, é que Kim está fazendo um grande jogo. Está fazendo essas provocações para obter ganhos para o seu paupérrimo país. Ganhos que já estaria obtendo com ciberataques. Em entrevista para a Folha, o desertor norte-coreano Kim Heung-kwang, ex-professor de Tecnologia de Computação da Universidade de Hamhung, disse que a Coreia do Norte tem alta capacidade de realizar ciberataques. E que poderia ter participação no megaciberataque de maio, quando mais de 230 mil computadores de 150 países foram atacados. Um vírus os travou e só foram liberados mediante pagamento na moeda virtual bitcoin, a qual está equivalendo cerca de 4600 dólares. Segundo o dissidente, o regime norte-coreano chega a faturar três bilhões de dólares ao ano com este tipo de operação.
Porém, no que toca às ameaças nucleares, o objetivo é fazer um grande negócio com os opositores, basicamente, EUA e Japão. Isto consistiria em abrir mão de seu programa em troca de investimentos. Oferece em troca sua disciplinada mão de obra. Ou seja, o regime comunista mais fechado do mundo quer seguir os caminhos da China e de Cuba. Abre sua economia para o mercado, porém, mantém o seu rígido sistema político.