Finalmente, começam a surgir aqui no Brasil algumas vozes bradando contra o absurdo dessa crescente destinação de áreas reservadas exclusivamente aos índios. Já tínhamos tido as críticas do general Augusto Heleno, responsável pelo Comando Militar da Amazônia, quando eclodiu o conflito entre arrozeiros e índios na reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima. Agora, quem se manifesta também de maneira é o general-de-brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva, comandante de 2004 a 2006 da escola que prepara os oficiais superiores do Exército. O general coloca o dedo no cerne da ferida, ao dizer que, como estão pouco povoadas, as reservas na área de fronteira podem virar territórios autônomos: “Se o brasileiro não-índio não pode entrar nessas reservas, daqui a algumas décadas a população vai ser de indígenas que, para mim, são brasileiros, mas para as ONGs não são. Eles podem pleitear inclusive a soberania”.
Esta é a questão crucial e que já vem de longa data. Desde o governo Collor quando resolveu criar a “República Ianomami”. Na semana passada, dois índios da tribo Wapixana, se reuniram com parlamentares de uma comissão multipartidária sobre povos tribais do Parlamento britânico. Foram a Londres pedir ajuda para seu movimento autonomista. Levados por quem? Quem os financiou? Logicamente que alguma ONG que atua na região, sob o manto de defesa dos pobres índios aculturados. Mas que, no fundo, como tantas outras, está fazendo algum tipo de pesquisa para aproveitamento da biodiversidade amazônica, usando os índios como massa de manobra.
Mais do que nunca, é preciso que as autoridades brasileiras se dêem conta da gravidade desse tema para a integralidade territorial nacional. A continuar assim, daqui a pouco esses índios estarão na ONU reivindicando independência para suas áreas.