Desde Joseph, destacado empresário e embaixador no Reino Unido, a família Kennedy tem feito história nos Estados Unidos. O expoente maior foi seu filho John Fitzgerald, que chegou à presidência do país, onde enfrentou a então União Soviética na famosa crise dos mísseis em Cuba, em 1962, e que acabou sendo assassinado em Dallas, no Texas, em novembro de 1963. Outros dois irmãos de John também se destacaram na política: Edward, também chamado de Ted, como deputado, e Robert, ou Bob, que além de deputado chegou a ser Senador por Nova York e Procurador Geral da nação, e também foi assassinado, em junho de 1968.
Desde então, pouco se ouviu falar nos Kennedy, embora um deles chegasse a passar, de forma apagada, pelo Senado, Joseph Patrick Kennedy II, filho de Bob. Porém, desde que o presidente Donald Trump fez o seu discurso sobre o Estado da União, no dia 31 de janeiro último, despontou um novo nome da família: Joseph Kennedy III, filho do apagado senador, neto de Bob e sobrinho neto de John. Joe III, como é chamado, está com 37 anos, e desde 2012 é deputado por Massachusetts, berço político da família. Fora eleito com 61% dos votos e conseguiu uma reeleição em 2016, com 70% dos votos. Sua aparição se deu porque a líder do partido Democrata, Nancy Pelosi, resolveu dar-lhe a atribuição de responder ao discurso de Trump.
Como Pelosi pediu-lhe algo de novo, o pronunciamento não foi feito da tribuna do Congresso, mas, da oficina de uma escola técnica em Fall River, no interior de Massachusetts, cercado por estudantes. Como disse Elio Gaspary em sua coluna “ele falou durante 13 minutos e quando terminou o partido Democrata tinha uma nova estrela”. Embasou seu discurso no fato de Trump, com seus posicionamentos radicais, dividir os americanos, e pregou a conciliação. “Eis a resposta dos democratas, escolhemos os dois lados, lutamos pelos dois”, disse ele. Fluente em espanhol, por ter vivido dois anos na República Dominica, fez a defesa dos imigrantes, os chamados “dreamers”, que chegaram quando crianças nos EUA e que Trump quer mandar embora. Aliás, algo criticado até pelo ex-presidente republicano George W. Bush. E arrematou com uma sentença: “O ódio e a supremacia racial caminham orgulhosos por nossas ruas. Isto nós não somos”. Para os democratas, ele mostrou que o partido, assim como os grandes clubes de futebol, tem jovens promessas e talentos prontos para renovar a equipe principal.