O líder norte-coreano Kim Jong-un não da trégua. Voltou a realizar teste com míssil balístico capaz, segundo foi anunciado, de atingir a costa Oeste dos Estados Unidos. Isto logo depois de o presidente Donald Trump ter afirmado que havia esgotado sua paciência com Kim. Ato contínuo, os EUA usaram a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para anunciar que estão prontos para usar a força militar contra a Coreia do Norte. Anúncio que foi acompanhado de novas manobras militares, em parceria com a Coreia do Sul, em águas da Península Coreana.
Considerando-se o comportamento polêmico de ambos os dirigentes, tornou-se natural a preocupação mundial com o que possa acontecer. Afinal, está-se falando em uso de armas atômicas, algo que se julgava estar banido da humanidade depois dos episódios de Hiroshima e Nagasaki. Porém, também se julgava que os campos de concentração nazistas estivessem banidos, mas estiveram presentes na guerra da Bósnia, travada de 1992 a 1995. Daí o temor. Que aumenta pelo fato de que a China, que sempre teve ingerência sobre o regime norte-coreano, não está sendo ouvida pelo mesmo.
Felizmente, existem alguns fatores dissuasivos para o conflito. Se os Estados Unidos forem arrastados para a guerra, embora possam destruir a Coreia do Norte, verão Seul, a capital da Coreia do Sul, com seus 10 milhões de habitantes e que está a apenas 40 quilômetros da fronteira com o Norte, ser imediatamente atacada. Sem contar que os mísseis coreanos, conforme os testes já comprovaram, podem atingir facilmente o Japão. Portanto, dois importantes aliados norte-americanos. E o território chinês não ficaria imune a essa destruição e ao deslocamento de fugitivos da guerra. Ainda mais em se tratando de conflito nuclear. Por isto o presidente da China Xi Jimping saiu a campo esta semana agindo como mediador. No que foi secundado pelo russo Vladimir Putin, que aproveitou a oportunidade da vitrine que se abriu. E a China sabe que uma Coreia do Norte destruída significaria sua incorporação pelo Sul, com o conseqüente aumento da influência americana na região. Portanto, são fortes os fatores dissuasivos, porém, de cabeças como as de Trump e de Kim, se pode esperar de tudo.