Quando candidato Donald Trump anunciou que iria retirar as tropas americanas do Afeganistão. Esta semana anunciou que vai aumentar o contingente naquele país. O que é necessário, pois se os Estados Unidos saírem de lá o nefasto Talibã toma conta. O problema é que não se vislumbra quando poderá ser possível a retirada. Ou seja, Trump entra numa luta sem previsão de final.
Esta é uma luta externa que Trump herdou. No entanto, há uma outra batalha interna que Trump, ao invés de trabalhar para sufocá-la, está agindo para incrementá-la. Falo da questão da supremacia branca, a qual tem reacendido o ódio contra negros, gays e judeus. A postura de Trump diante dos acontecimentos de Charlottesville é o reflexo do seu posicionamento a favor desses radicais. Ele ainda está sendo muito cobrado pelo fato de não ter feito uma condenação direta e clara contra os racistas, xenófobos e homofóbicos. Mas ter acusado o que considerou as duas partes em conflito. Ora, o conflito é gerado por aqueles que têm ódio e que se expressam das mais diversas formas, com destaque para as ações da Ku Klux Klan. O que seria a outra parte é a sociedade civilizada americana.
Por isto que milhares de pessoas saíram às ruas de Boston, domingo último, para protestar contra o racismo e a extrema-direita. E não foi sem razão que, dentre tantas outras manifestações, veio a da comunidade judaica norte-americana. Esta foi expressa por um grupo de rabinos, que anunciaram um boicote à teleconferência com o presidente que marca o início das festividades judaicas. Acusaram Trump de “incentivar as vozes do ódio”. E, neste caso, ele está comprando uma briga não com os miseráveis guerrilheiros do Afeganistão, mas com uma poderosa e numerosa comunidade dos Estados Unidos. Não se pode esquecer que grandes corporações do país das mais diversas áreas, com destaque para o sistema financeiro, estão nas mãos da comunidade judaica. Então, o oponente é muito forte, capaz de abalar os já frágeis alicerces de Trump. Assim é que, em decorrência destes últimos acontecimentos, a popularidade dele caiu para 27%, segundo pesquisa da rede NBC. Ou seja, Trump está comprando uma briga que inclui um adversário muito poderoso.