Após esta semana de confrontações, a situação da Venezuela segue indefinida. Juan Guaidó não conseguiu o apoio militar necessário para derrubar Nicolás Maduro. E este segue com o suporte da maior parte das Forças Armadas, porém, totalmente desacreditado perante a população. E as indagações, evidentemente, ficam por conta do futuro do país. Diante do atual quadro até mesmo a opção de uma guerra civil está difícil. Isto porque, de um lado Maduro tem o respaldo do setor armado, por outro, Guaidó tem o apoio do povo totalmente desarmado. E sem armas não se faz guerra civil. A não ser que as pequenas adesões militares que se deram a Guaidó nesta semana venham a aumentar significativamente.
Fala-se muito também em intervenção militar, especialmente dos Estados Unidos. Até porque o presidente Donald Trump tem insistido em dizer que todas as opções estão sobre a mesa. Isto, no entanto, é discurso para fazer pressão. Os Estados Unidos têm em mente os seus rotundos fracassos militares recentes, com suas intervenções no Iraque, Afeganistão e Líbia. Em todos esses países gastaram milhões de dólares, tiveram mais de 5 mil soldados mortos e não conseguiram qualquer ganho geopolítico. Até mesmo os ganhos econômicos iniciais, como o controle do petróleo, se esvaíram pela desestabilidade daqueles países. Sem falar que essas ações acabaram gerando um monstro chamado Estado Islâmico. Mas, se dependesse do assessor de Segurança Nacional John Bolton as forças americanas já estariam em território venezuelano. No entanto, o jornal Washington Post desta sexta-feira notícia que ao ser pressionado pela equipe de Bolton para uma intervenção armada, o vice-presidente do Estado Maior das Forças Armadas teria batido com a mão na mesa, gritando um rotundo não.
A China, aliada de Maduro, nem cogita intervenção militar. Quer é a segurança de que venha a receber os 22 bilhões de dólares que emprestou para Maduro. A Rússia tem sido o maior fornecedor de armas para o regime bolivariano e, embora deixe no ar, como Trump, a suposição de uma intervenção, quer também é receber os seus 18 bilhões de dólares que tem em créditos.
Bem, e a solução, onde se vislumbra? Em Helsinque, na Finlândia, onde nesta próxima semana se reunião o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo e o chanceler russo Serguei Lavrov. Através de uma conversa, as duas potências poderão chegar a um acordo que preserve os seus interesses e que passe por uma solução menos traumática, envolvendo um seguro asilo para Maduro e uma anistia para os militares venezuelanos. Com um governo interino e a convocação de novas eleições.