A guerrilha da ETA anunciou nesta semana a sua dissolução. Já havia anunciado antes o abandono das armas. A ETA, Euskadi ta Akatasuna, Pátria Basca e Liberdade no idioma basco, foi constituída durante a ditadura de Francisco Franco, 1939-1975, para lutar pela independência do chamado País Basco, que engloba parte do norte da Espanha e do sul da França. Época áurea das guerrilhas, praticou seu primeiro atentado em 1968, executando o chefe de polícia em San Sebastián. Mas, seus atos mais significativos foram, um atentado em 1973, matando o então primeiro-ministro Luis Carrero Blanco. O carro dele foi parar em cima da marquise de um edifício em Madri. E uma bomba colocada em um supermercado em Barcelona, em 1987, que matou 21 pessoas. Ao longo dos seus 59 anos de atuação a ETA matou cerca de 820 pessoas, entre policiais, políticos e civis.
O fim de sua luta armada se deu em 2011, depois da prisão de seus líderes. Era a última das organizações que aterrorizaram a Europa que abandonava as armas. Seguia o que já acontecera com o IRA, Exército Republicano Irlandês, do Reino Unido, com o Baader-Mainhoff, da Alemanha, com o Exército Vermelho, do Japão, e o OLP, Organização para a Libertação da Palestina, do Oriente Médio. Mais recentemente, seguiram o mesmo caminho as Farc, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Todos esses grupos se deram conta de que sua luta armada já não encontrava mais apoio popular, se é que alguém dia encontrou. Em meio às democracias em que atuavam o caminho era pela via política.
Isto não significa que não exista mais movimento guerrilheiro pelo mundo. Estão aí Al Qaeda e Estado Islâmico para comprovar que o terror continua ativo. Mas até mesmo esses dois grupos estão em baixa. Depois de estabelecer o seu Califado em terras da Síria e do Iraque, o EI foi posto em retirada. Está praticamente dizimado. Mas, o grupo conseguiu espalhar seus tentáculos pelo mundo. As facilidades da internet levaram desequilibrados a aderir à causa e cometer atentados, como os ocorridos em Paris, Londres, Berlim, etc. Mas, seja como for, os grandes grupos, que ao longo de décadas apavoraram várias regiões do mundo, estão em baixa.