O presidente Donald Trump segue com sua determinação de não reconhecer a vitória do democrata Joe Biden e com sua mobilização na área jurídica para reverter o resultado eleitoral. Tem a liderar essa ação o renomado advogado e ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani. Enquanto isto, Biden recebe cumprimentos por sua eleição por parte da chanceler alemã Angela Merkel, do presidente francês Emmanuel Macron, do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, do chefe do governo italiano Giuseppe Conti, do secretário-geral da ONU Antonio Guterres, do papa Francisco, entre tantas outras autoridades, onde se inclui o líder chinês Xi Jiping. Ou seja, o mundo civilizado e democrático, exceção da China em termos de democracia, reconhece o resultado da eleição dos Estados Unidos.
Internamente, nos EUA, entidades e até figuras de expressão do Partido Republicano reconhecem a vitória de Biden. O processo, no entanto, tende a se arrastar até o dia 8 de dezembro, que é prazo final para que os vencedores em cada estado sejam determinados. Todas as contestações judiciais e recontagens devem estar finalizadas até esta data. E a tendência, salvo alguma mudança radical no curso dos acontecimentos, é de que até lá Trump tenha se resignado à sua derrota. Mas, como é dito com insistência, mesmo com a adversidade o “trumpismo” não vai parar. Caberá ao impetuoso político e empresário liderar um forte movimento de oposição ao governo Biden. Contara, inclusive, para isto com a quase certa maioria republicana no Senado. Além da baixa do número de representantes democratas na Câmara Federal.
Trump poderá infernizar o governo de Biden pela possibilidade que tem de candidatar-se novamente à presidência. A Emenda 25 da Constituição americana estabelece o limite de duas eleições para a presidência. É por isto que Barack Obama, George W. Bush e outros não podem mais se candidatar. Como Trump só teve uma eleição, pode voltar em 2024. E agora uma ironia, Esta fora do contexto, mas relacionada a uma fragilidade da lei americana. Não há impedimento a quem foi presidente que se candidate a vice. Com o que, teoricamente, Trump poderia seguir em 2028, como vice e, inclusive, assumir a presidência por renúncia do titular. Afinal, a Constituição estabelece limite para eleição e não para mandato. Mas, isto não é algo que venha a acontecer. Coloco apenas para salientar as brechas da lei. O que pode sim e é muito possível, que Trump mobilize um intenso bombardeio ao governo Biden e se apresente novamente às urnas em 2024, buscando o seu segundo período como presidente.